Balsemão não quer pagar IVA. E eu, facto inédito, estou de acordo com ele… também não quero pagar IVA! Não parece ao leitor uma excelente medida de gestão fiscal? Mas não pode é ser só o Balsas a não querer pagar…
O Balsas ficou a ver os navios dos dividendos da Lusa a passar ao lado e perdeu, assim, a possibilidade de tirar proveito do esforço imposto em 2011 aos trabalhadores da agência. Nada satisfeito por ser vencido nos dividendos pelo Governo, insiste agora em sacar dinheiro ao Estado, ao querer que a Lusa insista em não pagar IVA que a Justiça já disse ser devido.
“A assembleia-geral da Lusa aceitou a proposta do conselho de administração da empresa, com o voto contra do grupo Impresa, de provisionar cerca de 2 milhões de euros [os dividendos que a Impresa queria] para um processo judicial que tem contra o Estado relativamente ao pagamento de IVA, que remonta a 2003, e em relação ao qual há já uma decisão desfavorável à Lusa em primeira instância”, refere um take da agência.
Ou seja, a Impresa é a única que insiste em não pagar o IVA ao Estado, mesmo tendo o tribunal decidido que o mesmo deve ser pago, tal não é fome de Balsemão, que deve estar pelos cabelos por os “seus” dividendos estarem a ser provisionados.
Além de aprovar o relatório e contas do exercício de 2011, com um resultado líquido de 613 mil euros, a assembleia-geral reelegeu Afonso Camões como presidente do conselho de administração e administrador-delegado:
Assunto: Media: Acionistas da Lusa sem dividendos e reelegem Afonso Camões
Lisboa, 27 mar (Lusa) – A assembleia geral da Agência Lusa aprovou hoje o relatório e contas, relativo ao exercício de 2011, com provisionamento de dividendos, e a reeleição de Afonso Camões como presidente do conselho de administração e administrador-delegado.
A assembleia-geral da Lusa aceitou a proposta do conselho de administração da empresa, com o voto contra do grupo Impresa, de provisionar cerca de 2 milhões de euros para um processo judicial que tem contra o Estado relativamente ao pagamento de IVA, que remonta a 2003, e em relação ao qual há já uma decisão desfavorável à Lusa em primeira instância.
Assim, os resultados líquidos em 2011 aprovados ficaram em 613 mil euros, sendo que destes, 5 por cento (30,6 mil euros) foram destinados, ao abrigo do código das sociedades comerciais, a reservas legais, e os restantes 582,3 mil euros passaram a resultados transitados, de acordo com fonte oficial da Lusa.
O órgão máximo da empresa aprovou ainda por unanimidade os novos órgãos sociais da agência, onde permanecem dois elementos do conselho de administração anterior, Afonso Camões, reeleito presidente do conselho de administração e administrador-delegado, e Paulo Saldanha, agora reeleito administrador não executivo pela Notícias de Portugal (NP), depois de exercer o mesmo cargo no mandato anterior em representação da Impresa.
Os restantes elementos do conselho de administração, que passa de sete para cinco elementos, são Rogério Gomes, Graça Montalvão Fernandes e Jorge Carreira. A mesa da assembleia-geral será presidida por Vítor Miguel Rodrigues Brás e Rui Moura Gomes assume a presidência do conselho fiscal.
Afonso Camões, que assume o seu terceiro mandato na administração da agência, onde entrou durante a presidência de Almerindo Marques em 2006, considera esta reeleição uma “renovação de uma prova de confiança dos acionistas”.
“Uma prova de confiança no oficial da indústria que eu sou”, sublinhou o gestor, alicerçada em “resultados de gestão positivos” e em “provas de sustentabilidade”, dadas pela empresa nos últimos anos.
Quanto ao próximo mandato, Camões entende que “encerra dois desafios cruciais”. “O primeiro tem a ver com as dificuldades que o país atravessa e com a necessidade das empresas com participações públicas reduzirem fortemente a sua dependência relativamente aos dinheiros do Estado”.
O segundo desafio, na opinião do gestor, tem a ver com a “hipótese de uma recomposição acionista” na empresa. “Este é um cenário que os titulares dos órgãos sociais que hoje forem eleitos devem encarar como provável, sem preconceitos nem tabus, procurando sempre interpretar o sentido do superior interesse da empresa”, afirmou hoje Afonso Camões aos acionistas.
APL