Que belo Duque saiu a Balsemão! Isto de ter comentadores pagos a dar dinheiro a ganhar ao grupo é uma grande cartada!
João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) lançou um concurso público para a compra de 160 mil euros em espaços de publicidade na comunicação social e os critérios só permitem um candidato, a Impresa de Pinto Balsemão, que só por “coincidência” paga a Duque para ser comentador na SIC Notícias e para escrever artigos no Expresso… Ou melhor, afinal, sabe-se agora que quem paga para Duque comentar nos media da Impresa é o ISEG, ou seja os nossos impostos…
Um belo negócio de merdia este. Assim é fácil ganhar dinheiro nos media, muito dinheiro..
Como revela o CM, o caderno de encargos resume que “para a publicação dos anúncios pretende-se um grupo de comunicação social que tenha um canal de TV e ainda um jornal semanal com mais de 100 mil exemplares de tiragem, dirigido às classes A, B e C”. O ISEG põe ainda como exigência que “o grupo deverá também ter uma revista semanal, que aborde temas de gestão, economia e finanças, com tiragem semanal de pelo menos 100 mil exemplares”. Ou seja, a Impresa, único grupo de merdia do País com tais características.
João Duque, claro está diz que “é possível que o concurso tenha como objectivo publicitar no ‘Expresso’”, uma escolha que “tem que ver com o ‘target’ a atingir”. “Se quero fazer uma campanha de largo espectro sobre as licenciaturas, tenho determinado tipo de público e escolho um meio. Se for publicitar pós-graduações, uso outro meio.”
E se há culpa disto parecer tudo pouco sério, é da lei: “tenho de fazer contratos em abstracto porque essa é a imposição” do Código dos Contratos Públicos. “A lei é feita sem ter em conta a realidade das instituições, daí a necessidade de afunilar critérios”, diz Duque.
A tomar-nos por parvos, o Duque de Balsemão diz que a ligação ao grupo enquanto comentador e os parâmetros do concurso “são mera coincidência”. Enquanto a séria Impresa diz: “Juntar as duas coisas [o comentário ao concurso]” não é correcto”…
Nada correcto, por isso colocando uma incorrecta nota final no assunto: quantos outros casos há de gente nos nossos merdia a comprar espaço de comentário com dinheiro de entidades públicas? É que neste campeonato, o Duque de Balsemão surge para já destacado.